quarta-feira, dezembro 24, 2014

OPINIÃO: O PROBLEMA É SEU, É MEU E NOSSO.

Foto de 1980 (Everaldo de Camiseta Azul - à época com 14 anos). O cenário é uma amostra da situação que vivíamos.

1978 foi um ano muito difícil, assim como 1980, 1981, 1982, enfim, problemas sucessivos que se acumulavam junto como a pobreza e a miséria. O bom desse cenário triste, se posso dizer assim, era que todos na vizinhança vivia o mesmo dilema. Ninguém era melhor do que ninguém.
Quantas vezes recebíamos em nossas casas, roupas separadas, com o recado de que eram doações feitas especialmente para nossa família – no meio das roupas usadas pelos filhos bastardos da cidade (que era preciso muitas pregas para poder ajustar aos nossos esqueletos), vinham as camisetas de propagandas estampando a cara do candidato (dos poderosos de plantão) que eram para vestir quem estava nu. No pacote também estavam junto às fotos do candidato, que minha ingênua mãe tratava de emoldurá-la (veja foto) para provar sua submissão. Éramos as cobaias para a publicidade gratuita. Voto certo, vencido e de cabresto, para engrandecer e garantir poder as famílias ricas e tradicionais da cidade, que sempre estiveram sobre o domínio do poder.


Everaldo com 18 anos (último à direita). A foto de um candidato emoldurada (por trás).

Como demos um salto estilo João do Pulo, cultural, político e subimos vários degraus na pirâmide social, apesar de nossos pais continuarem na ignorância vedada, essa gente das famílias tradicionais que mandavam em nossos direitos e livre arbítrio, no nosso voto, sentem-se incomodadas, porque eles não queriam os filhos dos seus servos discernindo sobre o que era privilégio só deles.
Mesmo com todo avanço que tivemos e que conseguimos progredir junto ao novo paradigma social, os velhos cacifes políticos das velhas famílias políticas tradicionais, como se fossem dinastias incrustadas nesse Sertão ainda atrasado pela falta de compromisso e de políticas que beneficiem de verdade o sertanejo, atendendo as suas reais necessidades, ainda continuam a mandar e comandar uma sociedade ainda dividida entre os ignorantes desinformados (os sem estudo) e os informados que são corrompidos pelo sistema ou se acovardam tentando dizer que os nossos problemas não são problemas deles. Preferem assistir de camarote enquanto os corajosos e justos são penalizados.
Como quem você pensa que está falando? Ainda é uma frase em voga que acorrenta a nossa liberdade e os nossos direitos.
Quem quiser que conte a sua história, a minha continuará sendo contada.
Feliz Natal e um Ano Novo com mais esperanças para nós,  o povo sertanejo.

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Blog do Paixão

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